terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escrever é um desabafo

Parei de escrever há cinco anos e meio, desde que a minha filha tinha seis meses e de repente a minha mãe faleceu de um câncer tão agressivo que nem deu tempo de saber como e onde começou. Não consegui mais escrever uma página de diário, apesar de ter todos os meus diários guardados desde a minha adolescência. Tenho trinta e três anos e sempre gostei de escrever. Como disse, minha vida quase toda tenho registrada, mas os últimos anos tornaram-se uma página em branco. Muitos foram os motivos que me impediram de escrever como antes, talvez eu só esteja tentando agora por uma necessidade só minha e que ninguém jamais compreenderia. Senti e sinto muito a falta de escrever. Sempre achei que fosse criativa e adorava poesia, mas o meu maior prazer ou desabafo sempre foi registrar a minha própria história. Não porque eu queria que alguém me conhecesse melhor ou soubesse da minha vida (tão insignificante, tão simples aos olhos do mundo), mas por terapia que eu mesma inventei para não ter que pagar psicanalista ou qualquer especialidade médica que talvez diagnosticasse algum tipo de loucura.
Taí, uma palavra que eu nunca entendi bem os significados, mas que cabe bem no ritmo frenético e alucinado do meu dia-a-dia: loucura!
Vou escrever um pouco aqui para ver se alivia essa carga de sentimentos reprimidos que estou acumulando e já percebi que não me faz bem. Mais à frente, vai ficar claro que esta é mesmo uma nova fase da minha vida em que estou tentando superar - ainda que sozinha - algumas angustias e frustrações. Agora, além dos diários velhos e empoeirados que tenho, um dia, meus filhos vão ler também um novo diário, mais moderno e menos intimo, porém único e verdadeiro.

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